4 de maio de 2010

Beat But Nonsense, III mostra do Estúdio 11

* Reprodução do release


Medo antiácido

Eu vi os expoentes da minha geração serem construídos pela escravidão midiática, morrendo de medo, histéricos, impotentes, escondendo atrás de máscaras e arrastando-se pelas ruas do bairro de madrugada em busca de uma dose violenta de qualquer antiácido.

que nunca transaram pela manhã e muito menos ao cair da tarde em roseirais, nem na grama de jardins públicos e muito menos em cemitérios, não espalhando livremente seu sêmem para quem quisesse vir, que soluçaram interminavelmente tentando chorar mas
acabaram gargalhando quando visitaram o dourado céu de espadas,

que se apagaram em longas secções terapêuticas, foram transportados em sonho, acordaram numa Manhattan de luxuria e conseguiram voltar com uma impiedosa ressaca antiácida e o horror dos sonhos de precipícios & cambalearam até as agências de prazeres.

que pegam seus relógios no telhado temendo pela Eternidade fora do Tempo & despertadores caíram nas suas cabeças por todos os dias, que cortaram seus sonhos sem resultado por três vezes seguidas, e não desistiram e foram obrigados a abrir lojas de antigüidades onde acharam que estavam ficando velhos e choraram, que navegaram atravessando a web durante setenta e duas horas para saber se eu tinha tido uma visão ou se você tinha tido uma visão ou se ele tinha tido uma visão para descobrir a paternidade.

o vagabundo nonsense & Beat angelical no Tempo, desconhecido mas mesmo assim deixando aqui o que houver para ser dito no tempo após a morte, com o coração absoluto do poema do medo arrancado para fora dos seus corpos bom para vender por mais mil anos.

*Antítese de fragmentos do poema Uivo de Allen Ginsberg.
08/05/2010, BEAT BUT NONSENSE, mais uma mostra do Estúdio 11.

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