28 de fevereiro de 2010

Folha de SP destaca festivais e Grito Rock Sabará




Pé na estrada (e na pedaleira)
Seja para tocar, seja para ouvir, os festivais independentes são uma festa que vale conferir

BRAULIO LORENTZ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Que tal rodar pelo Brasil para tocar ao lado de artistas consagrados, divulgar o som da sua banda e formar o público que ela ainda não tem?
Calma, entrar no movimentado circuito de festivais independentes não é tão simples assim. Antes de enfiar umas roupas na mochila e procurar qual van tem os bancos mais confortáveis, vale a pena ouvir quem pula de palco em palco há um bom tempo, organizando ou tocando em shows importantes na cena musical alternativa.


Gente como o goiano Fabrício Nobre, 30 anos, 14 deles dedicados à produção de shows.
Em 2001, o organizador do Goiânia Noise e do Bananada reuniu-se com sua turma e chegou à conclusão de que o estrago no bolso não seria tão maior se trouxessem o Mudhoney para Goiânia, em vez de irem ao show da banda em São Paulo.

Foi a partir dessa constatação que o grupo americano aportou em Goiás. De quebra, a banda MQN -que tem Nobre como vocalista- abriu o show e a produtora Monstro Discos ganhou exposição."As coisas não caem do céu. Seja uma referência entre seus amigos e troque figurinhas com bandas, produtoras e agentes de todo o planeta. O trabalho é contínuo", aconselha Nobre.
Hoje muito mais organizados, os festivais têm calendário, associação e até rede social: a Toque no Brasil (toquenobrasil.com.br), no ar desde janeiro.

A Associação Brasileira de Festivais Independentes (Abrafin) soma 44 filiados, que receberam em seus palcos 870 bandas diferentes só em 2008.Bruno Levinson, que mantém o festival Humaitá Pra Peixe, no Rio, desde 1995, diz que saber aparecer é importante. "Escalo poucos dos que me mandam material. Tem que saber se articular e se promover, não repetir fórmulas. Tocar nos lugares certos, usar a web, saber aparecer. Assim, produtores vão ouvir falar. Faça o inverso: nós vamos atrás de você, não você atrás do festival."

Organização

"Festival é uma instituição a que damos muito valor, pois o público está aberto a conhecer bandas novas", diz o tecladista e gaitista Eduardo Borém, do Móveis Coloniais de Acaju.
Experiente no circuito de palcos indies, onde a banda fez seu nome, ele destaca as virtudes do planejamento para poder participar de um festival. "Sempre tínhamos prejuízo, mas fazíamos uma "vaquinha" para mostrar o trabalho. Tem que saber o bolso que tem."

Para Vinicius Lemos, produtor do Casarão, de Rondônia, é importante começar perto de casa. "Não adianta uma banda de Porto Velho querer tocar num festival no Recife se ainda não tocou nos mais próximos, como o Calango (MT)", diz. É o que busca fazer a banda Aero 26, de Santo André (SP). Com mil cópias do primeiro CD debaixo do braço, o baixista e vocalista Lucas Rett, 16, quer tocar o máximo que puder. "Tentamos correr atrás. Já fomos para Santos, São Paulo e São José dos Campos pagando as despesas", afirma. Intercalar aulas de baixo com algumas de empreendedorismo pode ser o primeiro passo.

SERASGUM
BELÉM
QUANDO
novembro, desde 2005
www.serasgum.com.br/ serasgum@gmail.com
ENVIO DE MATERIAL
Av. Gentil Bittencourt, 449, Altos, Nazaré - Belém, PA - 66035-390
CONSELHO DO ORGANIZADOR
"Saiba em que nicho se meter. Tenha a humildade de saber que ainda não é a hora de cobrar o que acha que vale" (Marcelo Damaso)

CASARÃO
PORTO VELHO
QUANDO
maio, desde 2000
www.festivalcasarao.com.br/ viniciuslemos.ro@gmail.com
ENVIO DE MATERIAL
Av. Pinheiro Machado, 1613, Bairro São Cristóvão - Porto Velho, RO - 76801-247
CONSELHO DO ORGANIZADOR
"Toque o máximo possível. Ser bom e conhecido em sua cidade é o primeiro passo. Uma banda fora do MySpace hoje não existe como banda" (Vinicius Lemos)

DEMOSUL
LONDRINA-PR
QUANDO
novembro, desde 2001
www.demosul.com.br / festivaldemosul@pop.com.br
ENVIO DE MATERIAL
R. Xingu, 136 - Londrina, PR, 86025-390
CONSELHO DO ORGANIZADOR
"Não queira ser o próximo Jota Quest ou Ramones. Escreva um release sucinto e objetivo. Não espere sua chance cair do céu" (Marcelo Domingues)

GOIÂNIANOISE
GOIÂNIA
QUANDO
novembro, desde 1995
www.goianianoisefestival.com.br/ eventos@monstrodiscos.com.br
ENVIO DE MATERIAL
Caixa Postal 10065 - Goiânia, GO - 74025-970
CONSELHO DO ORGANIZADOR
"Só trazemos artistas com nome no circuito. Grave um disco com qualidade, faça muitos shows e tente mostrar que é uma banda ativa e que se movimenta" (Léo Razuk)

CALANGO
CUIABÁ
QUANDO
outubro, desde 2001
www.festivalcalango.com.br/cuboatendimento@gmail.com
ENVIO DE MATERIAL
Av. Presidente Marques, 240, Centro - Cuiabá, MT - 78045-175
CONSELHO DO ORGANIZADOR
"Forme público, se inscreva em editais, capte patrocínios e entenda que festivais são para troca de contatos e construção de uma carreira num mercado médio" (Pablo Capilé)

GRITOROCK
80 CIDADES
QUANDO
fevereiro, desde 2002
www.gritorock.com.br/ contato@foradoeixo.org.br
ENVIO DE MATERIAL
Av. Presidente Marques, 240, Centro - Cuiabá, MT - 78045-175
CONSELHO DO ORGANIZADOR
"É fundamental ter condições de bancar a viagem até onde irá tocar. Leia blogs de música independente, desconfie de elogios e não leve críticas pro lado pessoal" (Marcelo Santiago)

MADA
NATAL
QUANDO
outubro, desde 1998
www.festivalmada.com.br/ jomas.mada@uol.com.br
ENVIO DE MATERIAL
Av. Deodoro da Fonseca, 402/1002, Petrópolis - Natal, RN - 59020-600
CONSELHO DO ORGANIZADOR
"Veja quais festivais têm programação em que o seu tipo de som se encaixa. Caso existam, envie reportagens publicadas sobre a banda" (Jomardo Jomas)

ELETRONIKA
BELO HORIZONTE
QUANDO
novembro, desde 2005
www.festivaleletronika.com.br / malab@malab.com.br
ENVIO DE MATERIAL
R. Cristina, 1213, Santo Antônio - Belo Horizonte, MG - 30330-130
CONSELHO DO ORGANIZADOR
"Some esforços com promotores e multiplique sua divulgação. Aproveite a rota que estiver percorrendo para realizar o máximo de apresentações" (Aluizer Malab)

ABRIL PRO ROCK
RECIFE
QUANDO
abril, desde 1993
www.abrilprorock.info/abrilprorock@yahoo.com.br
ENVIO DE MATERIAL
R. Gonçalves Maia, 114, apto. 02, Boa Vista - Recife, PE - 50070-060
CONSELHO DO ORGANIZADOR
"Mostre interesse. Quem quer viver de música tem que investir, como os produtores fazem. Venda o carro se for preciso. Deixe claro que quer tocar para ter projeção" (Paulo André)

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